quinta-feira, 22 de abril de 2010

Internet na TV? Era só o que faltava !


Hoje em dia, é praticamente impossível encontrar uma TV que não seja um monitor de computador e que não possa fornecer acesso à Internet. Não só no PC, notebooks, tablets e no telefone celular - o conteúdo online, hoje, aparece em elevadores, nos carros, na traseira de táxis e na poltrona do avião. Algumas empresas de eletrodomésticos chegam a disponibilizar a Internet em monitores na cozinha, na porta da geladeira.

Então como é que o acesso à Internet tem escapado à principal e maior tela que faz parte das nossas vidas - a TV?

Um intenso debate entre fabricantes, analistas de mercado e emissoras de TV vem acontecendo há anos em torno dessa questão. Qual a explicação para que os televisores não disponibilizem o acesso à Web?

As razões são várias e os interesses, muitas vezes, conflitantes.


EVITANDO O INEVITÁVEL !

De um lado, alguns fabricantes afirmam que seus usuários não querem ter acesso a Internet diretamente no seu aparelho. Segundo eles esses espectadores não teriam interesse de utilizar a internet do seu sofá.
Outros dizem que não acham que os consumidores estão prontos para acessar todo o conteúdo da Web na TV e que, por enquanto, é mais importante disponibilizar o conteúdo que eles queiram e deixar que eles naveguem na internet no PC.
Alguns analistas da indústria dizem que os fabricantes de TV acreditam que muitos consumidores associam suas televisões com a comunicação unidirecional, que eles assistem enquanto relaxam, ao passo que navegar na Internet exige uma postura mais interativa e introspectiva.


No fundo, o que faz com que os fabricantes tomem esta posição é o medo que, ao disponibilizar a Internet para a TV, ela traga junto as pragas dos “bugs” e dos “vírus”, comuns nos sistemas operacionais de algumas empresas de software. Segundo esses analistas e alguns fabricantes, os consumidores estão acostumados com a ocasional “tela azul da morte” num computador, mas não imaginam qual seria sua reação se isto acontecesse no meio de um jogo da Copa do Mundo, por exemplo.

Outro grupo que aposta contra a disponibilização do conteúdo da Web no aparelho de TV, por razões partidárias e comerciais, é o das emissoras de TV.

De um modo geral, elas temem que a navegação da Internet, via TV, afaste os consumidores da sua programação e, consequentemente, dos seus anunciantes que podem migrar para as, hoje denominadas, novas mídias, como a própria internet, aplicativos e “mobile” mídia, presentes nos telefones celulares e nos tablets (iPad, entre outros) que vem crescendo consideravelmente nos orçamentos publicitários das grandes empresas anunciantes. A grande pergunta é: por quanto tempo eles poderão postergar ou mesmo evitar o inevitável?


SOLUÇÕES À VISTA... E A PRAZO.

Alguns fabricantes estão procurando e criando soluções para estimular uma nova geração de TVs com capacidade de browser completo, como um computador pessoal. A Samsung, por exemplo, já está disponibilizando aos poucos no mercado, TVs que dão acesso a notícias, canais de tempo e informações do mercado financeiro, fornecido pela Yahoo. Algumas TVs da Sharp Aquos trazem “widgets” com informações sobre tráfego, meteorologia, mercado financeiro, além do acesso a histórias em quadrinhos, e alguns esportes baseados na Web . A Sony oferece opções similares em algumas de suas TVs.

Na verdade estes fabricantes sabem que correm o risco de perder o controle do processo se não descobrirem uma solução em breve. Outros concorrentes, incluindo uma variedade de fabricantes de decoders, e “set up boxes”, através de empresas de serviços via cabo e satélite começam a distribuir, além da programação da TV por assinatura, o conteúdo da WEB para seus assinantes.

Neste caso o acesso à Internet pode ser disponibilizado através dos servidores destas empresas, passando por programas antivírus e controles de conteúdo adulto, evitando deste modo alguns dos aspectos menos desejáveis do acesso à Internet completa.


De qualquer modo, quer queiram ou não, fabricantes e emissoras não podem barrar o avanço da internet sobre a TV, principalmente entre os seus atuais e futuros consumidores, como o público jovem, abaixo dos 25 anos. Pesquisas mostram que dentre estes consumidores, que tem acesso a computadores, à banda larga e à internet, o tempo gasto na frente de uma tela de computador já é maior do que o consumido diante da televisão. E que muitos destes jovens costumam utilizar os seus micros para ter acesso a programação da TV. Já imaginaram como será quando eles puderem ter o mesmo acesso ao conteúdo da net, juntamente com a sua programação predileta, diretamente da tela de seu aparelho de TV?

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