terça-feira, 13 de outubro de 2009

Luzes, Cortinas...Ação!

Costumo dizer que não adianta comprar uma Ferrari e colocar para andar numa estrada de terra. O seu desempenho será pior do que o de um fusca modelo 1962. Melhor seria comprar um Off Road 4X4!

O mesmo acontece quando se trata da luminosidade ou do sistema de iluminaçãode um Home Theater. De nada adianta você comprar aquele último modelo de TV de alta definição ou o mais moderno dos sistemas de projeção e tela se você não tiver uma luminosidade adequada dentro do seu espaço.
Natural ou artificial, a iluminação é decisiva na qualidade de uma boa imagem. A intensidade , assim como a direção da fonte de luz são fundamentais para que você não tenha problemas, não só com a qualidade da imagem, quanto com a visibilidade de quem a esteja assistindo.


Luminosidade Natural

A iluminação natural, se mal administrada, pode ser prejudicial tanto para os sistemas de TV de Plasma, LCD ou LED, quanto para os de projeção e tela.
Uma janela aberta atrás do espectador e de frente para a tela produz um reflexo indesejável no vidro das TVs de Plasma, e alguns modelos de LCD. A não ser que você deseje usar sua TV como um espelho retrovisor, é recomendável que seja colocada uma cortina ou persiana que reduza sensivelmente a intensidade da luz. O blackout não é absolutamente necessário se você não precisar escurecer totalmente a sala, mas será fundamental se o por do sol acontecer exatamente na direção desta janela.

Os projetores e telas, ao contrário do que muitos pensam, não precisam mais de um ambiente totalmente escuro, apesar de exigirem uma menor luminosidade para o seu melhor aproveitamento. Os sistemas atuais, desenvolvidos exclusivamente para residências e salas de Home Theater, contam com uma luminância um pouco mais baixa que é compensada por um contraste muito mais elevado do que os equipamentos produzidos até poucos anos atrás, além de serem FullHD, com 1080p, iguais aos melhores televisores existentes no mercado. Podem até mesmo ser assistidos com as janelas abertas, durante o dia.

O que deve ser evitado é que a luz externa concorra com a luminosidade do projetor, o que pode causar uma alteração no contraste daquilo que esteja sendo assistido. O excesso de luminosidade, num dia muito claro, assim como o sol incidindo diretamente sobre a tela, pode ser fatal para a qualidade e visibilidade da imagem. Entretanto, prevalecem os mesmos cuidados utilizados no exemplo acima, quando falamos das TVs.

Por outro lado, uma janela colocada atrás da TV ou da tela, traz um problema que tem mais a ver com a visão do espectador, do que com a qualidade da imagem. O olho humano funciona como a íris de uma câmera fotográfica e registra principalmente a luz de maior intensidade. Portanto se a luminosidade que vem da janela for superior à que vem da TV ou da tela, a última ficará prejudicada pelo excesso da primeira. Neste caso também é aconselhável o uso de cortinas e persianas, assim como a “blackout” nas ocasiões de maior incidência de luz.

As janelas laterais, geralmente não provocam reflexos para quem está de frente para a TV e de costas para elas, sem prejudicar a imagem, sendo bastante para estes casos cortinas e persianas mais leves.


Iluminação Artificial

Assim como para os outros cômodos da casa é fundamental um projeto de iluminação (luminotécnica) para o Home Theater. A direção, intensidade e distribuição da iluminação é tão importante para a imagem como a acústica para a qualidade do som.
A iluminação do Home Theater deve ser toda indireta, tanto no forro quanto na parede, sem esquecer abajures e luminárias.
São recomendados circuitos independentes e dimerizados para que possam ser dosadas as intensidades de luz e a sua distribuição de acordo com o que esteja sendo exibido.

Cada circuito deve privilegiar um ponto essencial do Home para que se possam exercer atividades essenciais, como a de leitura sobre o sofá, a mesa de centro (onde fica a pipoca), a iluminação do móvel dos equipamentos, iluminação indireta na parede, etc. Estes circuitos podem ser programados em cenas distintas, para cada tipo de atividade, como filmes, shows, programas de TV , mesmo para se ouvir música ou conversar. Estas cenas variam de acordo com cada uma destas funções, podendo ser automatizadas*, assim como as cortinas e o sistemas de áudio e vídeo.

Da mesma forma que com a iluminação natural, alguns cuidados devem ser tomados. Seguem abaixo algumas dicas com relação a eles.

1) A luminária de teto, seja ela dicróica, halógena ou incandescente deve ter um foco fechado para não atrapalhar a visão de quem esteja assistindo a TV ou ao telão.

2) Luzes frias devem ser evitadas para não alterar a temperatura das cores.

3) O abajur lateral, colocado de frente para a tela funciona no caso de uma tela de projeção e de algumas TVs de LCD. Porém deverão ter sua intensidade regulada para baixo, ou mesmo ser desligadas quando houver uma TV com acabamento frontal em vidro.

4) Nunca, por motivos óbvios, colocar um lustre pendurado entre o projetor e a tela, a não ser que a peça esteja acima da linha de projeção.

5) Um ambiente totalmente escuro é ideal para um cinema, mas para o dia a dia de um Home Theater pode ser prejudicial à visão. Procure usar a dimerização ou deixar alguns pontos acesos quando for ficar muitas horas diante da TV.

6) Luzes de orientação de pouca intensidade, baixas, a 30 cm do piso são excelentes para facilitar a circulação na sala, principalmente quando houver degraus ou desníveis no piso.

7) Sempre que possível coloque na parede uma iluminação indireta, de baixo para cima, à meia altura. Arandelas são recomendáveis na maioria dos casos.

*Dos sistemas de automação para o Home Theater existentes, o da iluminação é um dos mais importantes. Entretanto, contemplaremos este e outros sistemas de automação numa próxima matéria.

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